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segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Resenha: Living Things



2012 - Warner Bros. Nota: 8.5/10

O Linkin Park surgiu em meio a época da expansão do New Metal. Eles, Korn e Limp Bizkit constantemente eram tocados no rádio, passavam na Mtv e etc. Os dois primeiros álbuns “Hybrid Theory” e “Meteora” fizeram toda uma geração querer rimar enquanto solta toda a fúria do Metal ao mesmo tempo. Mas como para todos nós, o tempo passou para eles, e em 2007 lançaram o disco “Minutes To Midnight”. Um trabalho bom e consistente, mas que não agradou a maioria pelo fato de estar mais pesado do que nunca. Então a banda entra em uma fase de experimentação e em 2010 solta “A Thousand Suns”, um álbum conceitual muito marcado pelo uso da musica eletrônica, deixando o peso de lado. Agora em 2012 a banda volta com a promessa de se re-inventar. Living Things tem a árdua missão de agradar fãs antigos e novos antes mesmo de ser lançado.
 Certo, vamos ao album.
“Lost In The Echo” começa de forma magistral, já deixando na cara o que Linkin Park é hoje. Mike rimando como antigamente, aprovado. Chester cantando o refrão, aprovado. É daquelas musicas que não importa o que você esteja fazendo, é impossível NÃO cantarolar o refrão junto. Berros: como antigamente? Não, mas isso não chega a ser necessariamente um defeito. Um dos maiores méritos dela é o fato de nos versos só ter a batida eletrônica, enquanto no refrão todos os instrumentos tocam juntos, dando um peso a mais.
Quando a banda começou a se pronunciar sobre o novo álbum, disseram que era a essência antiga com a musicalidade nova. “In My Remains” lembra muito algumas musicas antigas, como “From The Inside” do Meteora, ponto positivo. Verso tranquilo, refrão marcante. É interessante a parte do Mike Shinoda nessa musica. “Like na army, falling, one by one, by one” chega a emocionar, é algo que deve funcionar muito bem ao vivo no momento “sing-along”.
Sintetizadores. Compasso. Guitarras. “Burn It Down”! O primeiro videoclipe desse CD é um hino instantâneo. Muitos elementos antigos, como o grande uso das guitarras, Chester cantando de uma maneira rasgada, vezes beirando o gutural e também a tradicional parte “rap” da musica sendo executada de forma feroz. Hit, simples assim.
A primeira vista, “Lies Greed Misery” causa estranheza pela introdução “alegre”, mas ela logo dá lugar a um compasso pesado, arrastado e marcante. Guitarra e baixo presentes no refrão dando mais peso, auxiliando Chester  em um certo nível de agressividade de novo, bom. Destaque para o ultimo refrão, sinta a raiva dos berros e mais nada.
“I'll Be Gone” é uma meia-balada. Essa musica mostra quão bom cantor Chester é. Ele não se prende só em berros, consegue uma melodia extremamente harmoniosa com o resto do instrumental, que lembra bastante musicas do subestimado “Minutes To Midnight” (álbum de 2007).
A primeira vista “Castle Of Glass” parece ser outro musicão, com uma batida e ritmos muito interessantes, mas talvez acabe desapontando. Mike e Chester fazem um bom trabalho cantando essa musica, vocal realmente marcante e harmonioso com o resto da melodia, muito bem executadas. Ela é interessante, porém se perde na repetição. Pode ser um problema ou não, depende do ouvinte.
Nome forte para uma musica caótica. “Victimized” é uma das perolas desse álbum. Aqui sentimos a essência bruta daquele Linkin Park de 2000. Essa musica facilmente entraria em Hybrid Theory ou Meteora, tamanha a agressividade. Créditos? Injusto dizer um só nome, a banda trabalha muito bem, conjunto completo.
“Roads Untraveled” é levada para um lado que pessoalmente não gosto muito no LP. O lado “depressivo”. Piano, vocal limpo e suave. Tem o mérito de ir crescendo, mas se perde na mesmice. Nada de estrondos na musica mudando o jogo, indicando velocidade. Um tanto questionável, pois no contexto do álbum funciona perfeitamente como algum tipo de pausa, mas como musica individual não convence.
“Skin To Bone” chega a surpreender. Começa de forma relativamente calma, mas eleva-se logo de cara. Quando Chester entra o jogo já está praticamente ganho, mas ele consegue “aumentar o placar”. É como algo do ‘A Thousand Suns’, porém pesado. Deu certo.
Em "Until It Breaks" A base arrastada de Joe Hahn, casa muito bem com a voz de Mike que destila um rap nervoso. Então tudo para. Chester entra com uma voz calma e suave. Mike retorna, guitarra ao fundo, vozerio (HEY) destacado. De repente uma voz não tão conhecida, e é do guitarrista Brad Delson, que não é nenhum profissional nessa área, mas fez um bom trabalho. Um tanto experimental, mas agradou muito.
 “Tinfoil” entra logo em seguida, como um pequeno interlúdio para a ultima musica, “Powerless”. A ultima faixa do CD começa de um jeito único: piano e voz. Numb? Crawling? Não, isso é diferente. É novo e autentico. Mesmo quando a base eletrônica aumenta seu volume, os vocais e o piano estão lá, intocados.
Chegamos ao fim. O que tenho a dizer é: se você espera um “Meteora parte 2”, vai se frustrar. Se esperar um “A Thousand Suns parte 2” também. O que temos aqui é a fusão dos dois. O velho e o novo, o clássico e o atual. Mas no fim não decepciona, pois aqui temos o Linkin Park.

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