2012 - Warner Bros. Nota: 8.5/10
O Linkin Park surgiu em meio a época
da expansão do New Metal. Eles, Korn e Limp Bizkit constantemente eram tocados
no rádio, passavam na Mtv e etc. Os dois primeiros álbuns “Hybrid Theory” e “Meteora”
fizeram toda uma geração querer rimar enquanto solta toda a fúria do Metal ao
mesmo tempo. Mas como para todos nós, o tempo passou para eles, e em
2007 lançaram o disco “Minutes To Midnight”. Um trabalho bom e consistente, mas
que não agradou a maioria pelo fato de estar mais pesado do que nunca. Então a
banda entra em uma fase de experimentação e em 2010 solta “A Thousand Suns”, um
álbum conceitual muito marcado pelo uso da musica eletrônica, deixando o peso
de lado. Agora em 2012 a banda volta com a promessa de se re-inventar. Living
Things tem a árdua missão de agradar fãs antigos e novos antes mesmo de ser
lançado.
Certo, vamos ao album.
“Lost In The Echo” começa de
forma magistral, já deixando na cara o que Linkin Park é hoje. Mike rimando
como antigamente, aprovado. Chester cantando o refrão, aprovado. É daquelas
musicas que não importa o que você esteja fazendo, é impossível NÃO cantarolar
o refrão junto. Berros: como antigamente? Não, mas isso não chega a ser
necessariamente um defeito. Um dos maiores méritos dela é o fato de nos versos
só ter a batida eletrônica, enquanto no refrão todos os instrumentos tocam
juntos, dando um peso a mais.
Quando a banda começou a se
pronunciar sobre o novo álbum, disseram que era a essência antiga com a
musicalidade nova. “In My Remains” lembra muito algumas musicas antigas, como
“From The Inside” do Meteora, ponto positivo. Verso tranquilo, refrão marcante.
É interessante a parte do Mike Shinoda nessa musica. “Like na army, falling,
one by one, by one” chega a emocionar, é algo que deve funcionar muito bem ao
vivo no momento “sing-along”.
Sintetizadores. Compasso.
Guitarras. “Burn It Down”! O primeiro videoclipe desse CD é um hino instantâneo.
Muitos elementos antigos, como o grande uso das guitarras, Chester cantando de
uma maneira rasgada, vezes beirando o gutural e também a tradicional parte
“rap” da musica sendo executada de forma feroz. Hit, simples assim.
A primeira vista, “Lies Greed
Misery” causa estranheza pela introdução “alegre”, mas ela logo dá lugar a um
compasso pesado, arrastado e marcante. Guitarra e baixo presentes no refrão
dando mais peso, auxiliando Chester em
um certo nível de agressividade de novo, bom. Destaque para o ultimo refrão,
sinta a raiva dos berros e mais nada.
“I'll Be Gone” é uma meia-balada.
Essa musica mostra quão bom cantor Chester é. Ele não se prende só em berros,
consegue uma melodia extremamente harmoniosa com o resto do instrumental, que
lembra bastante musicas do subestimado “Minutes To Midnight” (álbum de 2007).
A primeira vista “Castle Of Glass”
parece ser outro musicão, com uma batida e ritmos muito interessantes, mas
talvez acabe desapontando. Mike e Chester fazem um bom trabalho cantando essa
musica, vocal realmente marcante e harmonioso com o resto da melodia, muito bem
executadas. Ela é interessante, porém se perde na repetição. Pode ser um
problema ou não, depende do ouvinte.
Nome forte para uma musica
caótica. “Victimized” é uma das perolas desse álbum. Aqui sentimos a essência bruta
daquele Linkin Park de 2000. Essa musica facilmente entraria em Hybrid Theory
ou Meteora, tamanha a agressividade. Créditos? Injusto dizer um só nome, a
banda trabalha muito bem, conjunto completo.
“Roads Untraveled” é levada para
um lado que pessoalmente não gosto muito no LP. O lado “depressivo”. Piano,
vocal limpo e suave. Tem o mérito de ir crescendo, mas se perde na mesmice.
Nada de estrondos na musica mudando o jogo, indicando velocidade. Um tanto
questionável, pois no contexto do álbum funciona perfeitamente como algum tipo
de pausa, mas como musica individual não convence.
“Skin To Bone” chega a
surpreender. Começa de forma relativamente calma, mas eleva-se logo de cara.
Quando Chester entra o jogo já está praticamente ganho, mas ele consegue
“aumentar o placar”. É como algo do ‘A Thousand Suns’, porém pesado. Deu certo.
Em "Until It Breaks" A base arrastada de Joe Hahn,
casa muito bem com a voz de Mike que destila um rap nervoso. Então tudo para.
Chester entra com uma voz calma e suave. Mike retorna, guitarra ao fundo,
vozerio (HEY) destacado. De repente uma voz não tão conhecida, e é do
guitarrista Brad Delson, que não é nenhum profissional nessa área, mas fez um bom
trabalho. Um tanto experimental, mas agradou muito.
“Tinfoil” entra logo em seguida, como um
pequeno interlúdio para a ultima musica, “Powerless”. A ultima faixa do CD começa
de um jeito único: piano e voz. Numb? Crawling? Não, isso é diferente. É novo e
autentico. Mesmo quando a base eletrônica aumenta seu volume, os vocais e o
piano estão lá, intocados.
Chegamos ao fim. O que tenho a
dizer é: se você espera um “Meteora parte 2”, vai se frustrar. Se esperar um “A
Thousand Suns parte 2” também. O que temos aqui é a fusão dos dois. O velho e o
novo, o clássico e o atual. Mas no fim não decepciona, pois aqui temos o Linkin
Park.
0 comentários:
Postar um comentário