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quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Resenha: ¡Uno!

2012 - Warner Bros. Nota: 8,0/10 ¡Uno!


O Green Day é uma banda que já tem um certo destaque no cenário musical. Muito graças á perolas como Dookie e American Idiot. Mas com “21st Century Breakdown” colocaram uma verdadeira pulga atrás da orelha do mundo todo: Onde foi parar aquela banda nervosa que gritava aos 4 cantos que o mundo (leia E.U.A.) está errado? Então este ano anunciam uma empreitada interessante: um álbum triplo, porém vendendo cada parte separada. “¡Uno!”, “¡Dos!” e “¡Tré!” fazem parte do mesmo pacote, porém são lançados em datas diferentes. Aqui avaliamos a primeira parte desta empreitada.
“Nuclear Family” abre o disco de uma forma única. Guitarras agitadas, bateria com viradas e o baixo sempre lá, presente. Lembra muito a faixa “American Idiot” (do álbum homônimo de 2004), tanto como se segue, quanto na agitação. O único ponto fraco são os vocais. Billie Joe realmente poderia ter se esforçado mais, porém não estraga a faixa, de forma alguma.
“Stay The Night” vem em seguida. Com uma pegada um tanto mais leve, mas muito com a cara do Green Day. O que faltou na ultima faixa em quesitos vocais agora sobra. Além dos vocais principais estarem ótimos, os Backing-vocals aqui fazem diferença. O instrumental praticamente impecável. Soa como uma musica do ‘Dookie’, porém mais trabalhada (e talvez menos pesada).
Um titulo um pouco batido para uma canção (vide Metallica), mas “Carpe Diem” até surpreende. Não parece muito com nada do que a banda já tenha feito até aqui. Tré Cool se faz altamente importante nessa faixa. Não que não o tenha feita anteriormente, mas é ele quem dita como a musica segue. O resto da banda também cumpre seu papel, há inclusive um solo de guitarra, algo não muito comum para a banda, mas funcionou muito bem.
Ritmo frenético e agressivo marca o começo de “Let Yourself Go”. Essa tem muito mais a ver com a banda do que o ultimo CD (21st Century Breakdown) INTEIRO. É rápida e divertida, totalmente “gostosa” de se ouvir. Toda a banda trabalha junta, guitarras, baixo e vocal na mesma sintonia. Essência punk em um grau muito elevado.
Ritmo conhecido de quem já assistiu ao trailer do álbum, “Kill The DJ” causa até uma certa estranheza, mas é uma ótima musica. Mike Dirnt se destaca aqui, não deixando seu baixo silenciar durante um minuto sequer. É uma musica interessante e dançante. Para uns isso pode ser bom, para outros a morte. Mas isso não torna a musica menos interessante. É impossível não ficar com “Someone Kill The DJ” na cabeça.
“Feel For You” é uma musica do tipo “já ouvi isso antes”. Apesar do sentimento de novidade, essa ideia ocorre tempo inteiro. Voz melosa, instrumental moderadamente rápido, porém sempre com o tal sentimento. Uma musica um tanto “descartável”. E sim, ela poderia muito bem se chamar “Extraordinary Girl Pt. 2”
O nome sugere bem. “Loss of control” vira o jogo, trazendo de volta o velho espirito veloz do grupo. Uma ótima musica, com passagens rápidas e outras mais ainda. O refrão a moda antiga cantado a duas vozes, guitarras agressivas, porém trabalhadas. Um solo muito bem feito, e também uma bateria que não para, não para e não para. Otima trilha sonora para uma corrida apressada.
“Troublemaker” é uma musica muito divertida, fácil de ser ouvida e até mesmo dançante. Destaque para o instrumental, pois é simplesmente memorável (não há como ignorar o solo de guitarra presente nesta musica). Não chega a ser agressiva, porém sua batida é incessante. Parece uma mistura de Weezer com Ramones, mas sempre deixando a marca “Green Day” bem estampada.
“Angel Blue” remete aos materiais mais antigos da banda, da melhor forma possível. Essa faixa parece uma gravação perdida de algum álbum dos anos 90. Tanto sua letra (que faz Billie Joe parecer um adolescente se declarando pra uma menininha da escola) quanto seu instrumental. Esta musica é quase crua de tão direta. Sem rodeios, sem guitarras acústicas na introdução, simplesmente grandiosa.
Um pouco monótona, “Sweet 16” chega a enjoar em certos momentos, e o principal responsável é o vocal. Não que o ideal seja gritos de revolta a todo instante, mas graças ao vocal temos a impressão de já termos ouvido essa musica antes de novo! O instrumental é bom sim, tem muito mérito, mas o vocal não desce.
Sangue novo, ainda bem. Com um pequeno toque melancólico (pequeno mesmo, porém perceptível), “Rusty James” mostra que o Green Day não se resume no passado. É aquela musica do tipo bem comportada, porém não enjoa em momento nenhum. Melodia muito harmoniosa, nada fora do lugar e é complementada com um vocal bem feito. Muito bem.
Agora para fechar o disco a primeira musica desta trilogia a ser divulgada: “Oh Love”. Guitarra leve, vocal limpo. Então a banda entra e se aumenta a intensidade. Agora com o time completo, a melodia do verso é outra coisa, muito distinto (e melhor) que o primeiro. Refrão grudento impecável. Não cumpre tão bem a função de fechar o disco, mas não é uma musica de se jogar fora.
           Chegando ao fim desse CD temos misturas de sensações. Por um lado é alegre que o Green Day reencontre a velocidade e a agressividade que estava faltando, mas ficar fazendo musicas repetidas não agrada. Apesar de tudo é uma banda bem madura apesar de tudo, e o que nos resta é esperar as outras duas partes desta trilogia. E sim, este CD vale a audição.



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